Plano de Rearborização da CEASAMINAS, Contagem, MG.

Plano de Rearborização da CEASAMINAS, Contagem, MG.

Por: Biosfera - 13 de Fevereiro de 2025

Juno A. Morais ¹’*, Edgar A. C. Diniz¹, Ana Júnia M. de Sousa ¹.

1BIOSFERA ASSESSORIA E CONSULTORIA AMBIENTAL LTDA

*biosferamg@gmail.com

Introdução

A arborização urbana é entendida como o sistema dos espaços verdes de uma cidade: as praças, os jardins públicos, os parques urbanos e a arborização viária (SOUSA, 2009) [01]. Possui como um dos principais fundamentos tornar o ambiente mais agradável e familiar para a população. Os espaços urbanizados devem ser planejados para uma reordenação da paisagem de acordo com o local, adequando-o a convivência dos seres humanos e animais, contribuindo assim para o equilíbrio desse ecossistema – (S.B.A.U., 2010) [02]. A arborização presente na CEASAMINAS é fundamental para equilibrar ambientalmente as grandes áreas ocupadas por galpões e outras estruturas, de forma que é considerada, sem sombra de dúvida e em acordo com a literatura da ocupação urbanística, como um aparelho urbano, com função definida e desejável. Objetivou-se este trabalho em apresentar uma proposta consistente de manejo da vegetação do Entreposto, analisando todas as premissas para o bom funcionamento deste último, incluindo segurança, conforto, paisagismo e, claro, a fitossanidade das árvores.

Metodologia

Efetivou-se o reconhecimento e setorização da área de estudo, fazendo um mapa do caminho a ser percorrido. Em uma segunda etapa, foi feito o referenciamento numérico de cada indivíduo arbóreo com identificação através de plaquetas. Para o estudo quali-quantitaivo usou-se o método de planilhamento de campo (censo propriamente dito, com orientação técnica para cada árvore planilhada), além da identificação de nichos para novos plantios e definição das espécies a serem adotadas. Finalização, com a apresentação do Projeto escrito.

Resultados e Discussão

Quantificou-se 32 famílias botânicas comumente adotadas na arborização urbana, sendo Arecaceae, Caesalpinoideae, Mimosoideae e Bignoniaceae as quatro mais expressivas. Grande parte da vegetação encontrada é exótica, tanto à fauna brasileira quanto ao bioma local (Cerrado, Floresta Estacional Semidecídual); o estado fitossanitário de 32% da vegetação mostra-se de ruim a comprometido, com sérias inconformidades.

Foram visualizados vários exemplares de Leucaena sp., espécie exótica e invasora, com comprovada capacidade alelopática. Segundo (LORENZI, 2003) [03] sua multiplicação é exclusivamente por sementes viáveis e longevas, de crescimento rápido, a ponto de ser considerada planta daninha. Orientou-se neste projeto a substituição destes exemplares exóticos, a fim de equilibrar o ambiente da CEASAMINAS com espécies nativas do Bioma Regional, de forma a valorizar a flora e evitar micro-desequilíbrios. As características fisionômicas (mais fortemente) e as características fisiológicas (em segundo plano) foram condicionantes para a escolha das espécies a serem inseridas, para que estas quando adultas não resultem em conflitos com qualquer estrutura do local.

Conclusões

A arborização urbana requer uma miríade de observações e cada detalhe contribui para o sucesso da sua implantação. As orientações técnicas propostas estão calcadas na literatura disponível para o tema, de forma que a adoção das mesmas irá garantir o alcance do objetivo proposto. Para o projeto de execução a CEASAMINAS deverá promover o registro de todas as etapas para garantir rastreabilidade a possíveis causas de insucesso. O plano de manejo de qualquer modalidade de arborização urbana requer continuidade e longevidade das ações, e responsabilidades de cada ator. Por último é necessário frisar que todas as atividades afins são de suma importância para que haja boa convivência da arborização com os aparelhos urbanos, ou seja, a implantação de um bom e efetivo projeto para sensibilização e educação ambiental da população usuária do entreposto é a única ação que permitirá mudanças de conceitos e comportamentos. De outra forma continuar-se-á despendendo recursos financeiros e humanos em ações vagas e sem resultados positivos. Em arborização urbana alguns resultados somente são percebidos após 15 anos de implantação.

Referências Bibliográficas

[01] SOUSA, Maria Alice de Lourdes Bueno. MAXIMIZAÇÃO DAS FUNÇÕES ECOLOGICAS, AMBIENTAIS E ESTETICAS DAS ARVORES NO PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA. Workshop sobre Arborização Urbana no Vale do Ribeira-SP, 2009.

[02]SBAU. Disponível em: http://www.sbau.org.br/2011/2-INFORMATIVO_SBAU_-_JUNHO_n17_site.pdf Acessado em 2011.

[03] LORENZI, H.; et al. Árvores exóticas no Brasil madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2003.

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